Suíça, 1908-1942, Suíça.
Escritora, jornalista e fotógrafa, Annemarie Schwarzenbach teve uma vida curta e frenética, deixando uma impressão duradoura e algo assombrosa em quem a conheceu.
Em 1931, tornou-se doutora em História e publicou seu primeiro livro, Freunde um Bernhard [Amigos de Bernhard]. Morando na capital da República de Weimar, em plena efervescência cultural, conheceu os irmãos Klaus e Erika Mann, por quem se apaixonou, teve suas primeiras experiências com a morfina e escreveu Novela lírica (1933). Ajudou a financiar Die Sammlung, periódico literário dirigido por Klaus Mann que publicou escritores de expressão alemã agora exilados, como Bertold Brecht, Joseph Roth, Alfred Döblin, Else Lasker-Schüler, Heinrich Mann, Ernst Toller, além de outros como Ernest Hemingway, Jean Cocteau e André Gide. Contudo, por conta da chegada de Hitler ao poder, da ascensão do nazismo e de seu posicionamento antifascista, Annemarie deixou a Alemanha e passou a viajar com frequência, fotografando e escrevendo sobre os locais que visitava, como Espanha, Turquia, Síria, Palestina, Iraque, Irã, Rússia, Estados Unidos, Áustria e Tchecoslováquia.
Ao antifascismo, somava-se sua sexualidade desviante como um motivo de intenso conflito familiar. Em 1935, casou-se por conveniência com o diplomata francês Claude Clarac. Durante a convivência com Clarac no Irã, seu consumo de morfina aumentou e escreveu Morte na Pérsia, sendo republicado posteriormente como O vale feliz. Mesmo com uma intensa atividade e viagens recorrentes, seu uso de morfina não a livrou de recaídas e internações. Em junho de 1939, após uma temporada de desintoxicação na Suíça e buscando se afastar da violência europeia do pré-guerra, empreendeu uma viagem de carro ao Afeganistão com Ella Maillart, da qual resultou o livro TODOS OS CAMINHOS ESTÃO ABERTOS: VIAGEM AO AFEGANISTÃO (1939-1940), publicado pela Mundaréu.
Morfinômana, com um histórico de depressão, tentativas de suicídio e internações, sobrevivente da malária, Schwarzenbach morre em novembro de 1942, após uma queda de bicicleta, aos 34 anos, quando tentava, mais uma vez, se manter longe do vício e cogitava assumir um posto de correspondente estrangeira em Lisboa. Apesar de sua curta vida, Schwarzenbach deixou vários livros, publicados ou em manuscritos, centenas de artigos e fotorreportagens para as imprensas suíça, alemã e americana, milhares de registros fotográficos de suas viagens e uma personagem que continua a encantar e encorajar pessoas no século XXI.
uma obra de Annemarie Schwarzenbach
tradução de Giovane Rodrigues
Um relato de viagem que reflete a magia das paisagens, o contraste da região e a complexidade dos povos
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