Nesta segunda-feira, 6 de maio, João Batista Natali resenhou o mais recente lançamento do selo Manjuba, o livro “Uma saída honrosa”, de Éric Vuillard. Em sua coluna quinzenal, ele apresenta alguns dos eventos que marcaram a Guerra da Indochinha — ou Primeira Guerra do Vietnã —, objeto de investigação de Vuillard em sua obra. Destaca, sobretudo, a importância de certas informações que o autor traz, e que permitem um novo olhar sobre esse conflito que causou tantas mortes quanto a Primeira Guerra Mundial: “Uma nota publicada no fim do romance reflete o tamanho da tragédia que os vietnamitas viveram por sua independência. Franceses e americanos perderam nas duas guerras 400 mil militares, contando os vietnamitas que os auxiliavam. Do lado do Vietnã o número foi imensamente maior: 3,6 milhões. É o mesmo que franceses e alemães perderam juntos na carnificina da Primeira Guerra Mundial.”
O ápice da obra está, por fim, em sua “agudeza moral”, quando Vuillard contrapõe as opiniões do deputado e ex-Primeiro-Ministro Pierre Mendès France e dos políticos conservadores sobre a Batalha de Cao Bang, a primeira grande derrota do exército francês pela guerrilha vietnamita.